No próximo dia 21 de Setembro, o festival que se
apresenta como um evento singular no panorama cultural português vai realizar, em S. João da Madeira, uma extensão que dá destaque ao que de melhor se
faz na produção cinematográfica portuguesa.
O Festival Caminhos do Cinema Português irá promover
uma extensão do festival em S. João da Madeira, numa organização Centro
de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra e da
Câmara Municipal de São João da Madeira.
Este festival tem sido reconhecido, consecutivamente, com
o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República Portuguesa e pela
Presidência da Assembleia da República.
A sua programação engloba um conjunto de iniciativas e
actividades de relevância inegável, para a aproximação da sociedade portuguesa
ao nosso cinema, estimulando a sua atenção e curiosidade, e instituindo-se como
uma estrutura promotora alternativa de dinâmicas e reflexividades de cariz
sociocultural enriquecedoras.
PROGRAMA
21 de Setembro | Paços da Cultura
SESSÃO PARA
FAMÍLIAS | 15h30
M 3 anos
Entrada Gratuita
(sujeita à lotação da sala)
Esta sessão de
curtas-metragens foi especialmente seleccionada para as famílias desfrutarem de
uma matiné de cinema português. Das animações propostas, contam-se histórias de
mundos mágicos, reis e princesas, animais que falam e outros personagens
fantásticos.
Chocolatando, (Cord) Lorenzo Degl’Innocenti e Vítor
Estudante, 4’12’’
Mr. Cat, Estrela
Lourenço e Tatiana Serôdio, 5’09’’
Zé Pimpão “O Acelera”, André Letria, 8’04’’
Afonso Henriques, O Primeiro Rei, Pedro Lino, 5’32’’
O Gigante, Júlio Vanzeler e Luís da Matta Almeida, 7’
A Nau Caxineta, (Cord) Vasco Sá e David Doutel, 4’06’’
Cavalinho, o Mundo Mágico, Cláudio Sá, 11’
O Cágado, Luís da Matta Almeida e Pedro Lino, 9’55’’
SESSÃO PÚBLICO GERAL - 21h30
M 12 anos
Bilhete: 2.50€
(aquisição nos Paços da Cultura)
FILMES
Sem Querer, João Fazenda, 8’05’’
SOB, Nuno Prudêncio, 15’
Cerro Negro, João Salaviza, 21’30’’
Complexo – Universo Paralelo, Mário Patrocínio, 80’
SINOPSES
Sem Querer, João
Fazenda, 8’05’’
Uma jovem
mulher recebe um postal com o quadro que o pai lhe apresentou na infância como
sendo uma lição de vida.
Resolve ir
ao museu revê-lo tantas e tão prolongadas vezes que a tela desaparece. Terá
sido um roubo banal ou demasiado desejo?
SOB, Nuno Prudêncio,
15’
Ele traduz o
que os outros dizem. É através da legendagem de filmes que ele habita as vidas
que não
tem. O
temeroso Viriato foge de pessoas reais, resiste-lhes. Mas o medo começa a
transformar-se noutra coisa, no dia em que Margot, a sensual protagonista do
filme que está a legendar, se dirige a ele...
Cerro Negro, João
Salaviza, 21’30’’
Anajara e Alisson
são um casal de emigrantes brasileiros em Lisboa. Duas solidões que se tentam
proteger mutuamente, ao mesmo tempo que lutam contra uma separação forçada.
Anajara regressa do trabalho ao amanhecer.
Desta vez
não vai poder dormir durante o dia, nem levar Iury à escola. A setenta
quilómetros de distância, Allison espera para reencontrar a mulher e o filho.
Hoje é dia de visita na prisão de Santarém.
“Cerro
Negro” adopta a estrutura de um díptico, revelando duas partes de uma história
comum.
Complexo – Universo
Paralelo, Mário Patrocínio, 80’
No Rio de
Janeiro, a 13 km
do Cristo Redentor, dois irmãos portugueses aventuraram-se na mais temida
favela do Brasil, no maior paiol de armas e drogas da cidade, um lugar chamado
Complexo do Alemão.
Em 2007, no
período de maior violência no Rio, viveram de perto a maior operação policial já
realizada no estado, sentiram na pele o que é acordar com rajadas de fuzis e de
muitas vezes dormir acompanhado por tiros. Os responsáveis da maior facção
criminosa do Rio falam de forma íntima e crua da vivência no tráfico. Dona
Célia, uma mãe batalhadora, com oito filhos para alimentar, mostra o mundo de
adversidades em que vive, e a forma como a sua crença em jesus a faz acreditar
que tudo pode. “Deus é grande mas o negócio é feio” fala o seu Zé, presidente
da associação de moradores há mais de trinta anos, viveu a chegada do crime,
das drogas e das armas, passou por muitas politicas e guerras, mas sobreviveu.
É um sábio da favela.
Complexo
reflete um fascinante universo paralelo, com uma ordem imersa na aparente
anarquia da vida marginalizada brasileira. Como é sobreviver dentro desta
realidade?
Sobre os
realizadores
João Fazenda
(1979) é mais conhecido pela sua actividade como ilustrador, colaborando
regularmente com várias publicações nacionais e internacionais, como o Público, Visão ou New York
Times. Publicou vários livros de banda desenhada e ilustrou para livros e
discos. São 3 os seus filmes de animação, Algo Importante, Café e Sem Querer.
Nuno Prudêncio formou-se na Universidade Nova de Lisboa,
tendo o seu projecto de Mestrado sido a sua curta-metragem Sob. Este seu
trabalho venceu o prémio de Melhor Curta-Metragem do Mês de Março em 2013,
tendo sido nomeado para o Prémio Sophia e selecionado para o New York
Portuguese Short Film Festival em 2012.
João Salaviza
(1984) formou-se em Realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema. A sua
primeira curta-metragem escolar, Duas Pessoas, venceu o Grande Prémio Take One no
Festival de Vila do Conde em 2005 e o Prémio de Melhor Ficção no Hyperion de
Budapeste, entre outros reconhecimentos. Em 2009, a sua curta-metragem
Arena venceu a Palma
de Ouro na sua categoria no Festival de Cannes, primeiro filme português a
merecer tal distinção. Em 2012
a sua curta-metragem Rafa venceu o Urso de Ouro no
Festival de Berlim e a curta-metragem Cerro Negro venceu o Prémio para Melhor
Curta-Metragem nos Caminhos do Cinema Português. A sua primeira longa-metragem,
Montanha, tem lançamento previsto em 2013.
Mário Patrocínio nasceu em Lisboa em
1978, filho de um médico apaixonado por fotografia e de uma mãe corajosa, aos
oito anos já ia com a família a caminho do Japão. O seu primeiro contacto com o
universo documental surgiu precisamente nesse país, como objeto de estudo,
quando o canal de televisão japonês NHK decidiu relatar a experiência de uma
criança Ocidental a estudar e a viver no mundo Oriental.
Já em
Portugal, depois de estudar economia, rumou aos EUA onde iniciou os seus
estudos na área do cinema e colaborou em vários filmes de ficção. Nos anos
seguintes estudou e trabalhou com diretores de teatro, televisão e cinema em
Lisboa, Paris, São Paulo e Rio de Janeiro.
Mais tarde embarcou na maior aventura da sua
vida, dando início a uma extensa pesquisa dentro de um lugar considerado
impenetrável: o Complexo do Alemão, maior e mais perigoso aglomerado de favelas
do Rio de Janeiro. Depois de anos no terreno, na época de maior tensão de
sempre na cidade, filmou a longa-metragem documental “Complexo - Universo
Paralelo”, que estreou mundialmente no Festival Internacional de Cinema do Rio
de Janeiro, em 2010.
“Complexo – Universo Paralelo” tem percorrido
o mundo e foi galardoado com vários prémios, nomeadamente o de melhor filme
internacional na categoria de direitos humanos no Artivist International Film
Festival em Hollywood.
O seu segundo filme como realizador é “I Love
Kuduro”, longa-metragem documental que retrata o Kuduro enquanto fenómeno
urbano que arrasta multidões de jovens em África, e começa a se espalhar um pouco
por todo o mundo.
Neste
momento com base em Lisboa, Mário desenvolve os seus próximos filmes e é
juntamente com o seu irmão Pedro sócio fundador da BRO, produtora de cinema.
Mário Patrocínio é um cidadão do mundo, apaixonado pela vida, que continua acreditando
que “navegar é preciso”.
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