quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Extensão do Festival Caminhos do Cinema Português em São João da Madeira

No próximo dia 21 de Setembro, o festival que se apresenta como um evento singular no panorama cultural português vai realizar, em S. João da Madeira, uma extensão que dá destaque ao que de melhor se faz na produção cinematográfica portuguesa.





O Festival Caminhos do Cinema Português irá promover uma extensão do festival em S. João da Madeira, numa organização Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra e da Câmara Municipal de São João da Madeira.

Este festival tem sido reconhecido, consecutivamente, com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República Portuguesa e pela Presidência da Assembleia da República.
A sua programação engloba um conjunto de iniciativas e actividades de relevância inegável, para a aproximação da sociedade portuguesa ao nosso cinema, estimulando a sua atenção e curiosidade, e instituindo-se como uma estrutura promotora alternativa de dinâmicas e reflexividades de cariz sociocultural enriquecedoras.

PROGRAMA
21 de Setembro | Paços da Cultura

SESSÃO PARA FAMÍLIAS | 15h30
M 3 anos
Entrada Gratuita (sujeita à lotação da sala)

Esta sessão de curtas-metragens foi especialmente seleccionada para as famílias desfrutarem de uma matiné de cinema português. Das animações propostas, contam-se histórias de mundos mágicos, reis e princesas, animais que falam e outros personagens fantásticos.

Chocolatando, (Cord) Lorenzo Degl’Innocenti e Vítor Estudante, 4’12’’
Mr. Cat, Estrela Lourenço e Tatiana Serôdio, 5’09’’
Zé Pimpão “O Acelera”, André Letria, 8’04’’
Afonso Henriques, O Primeiro Rei, Pedro Lino, 5’32’’
O Gigante, Júlio Vanzeler e Luís da Matta Almeida, 7’
A Nau Caxineta, (Cord) Vasco Sá e David Doutel, 4’06’’
Cavalinho, o Mundo Mágico, Cláudio Sá, 11’
O Cágado, Luís da Matta Almeida e Pedro Lino, 9’55’’



SESSÃO PÚBLICO GERAL - 21h30
M 12 anos
Bilhete: 2.50€ (aquisição nos Paços da Cultura)

FILMES
Sem Querer, João Fazenda, 8’05’’
SOB, Nuno Prudêncio, 15’
Cerro Negro, João Salaviza, 21’30’’
Complexo – Universo Paralelo, Mário Patrocínio, 80’

SINOPSES
Sem Querer, João Fazenda, 8’05’’
Uma jovem mulher recebe um postal com o quadro que o pai lhe apresentou na infância como sendo uma lição de vida.
Resolve ir ao museu revê-lo tantas e tão prolongadas vezes que a tela desaparece. Terá sido um roubo banal ou demasiado desejo?


SOB, Nuno Prudêncio, 15’
Ele traduz o que os outros dizem. É através da legendagem de filmes que ele habita as vidas que não
tem. O temeroso Viriato foge de pessoas reais, resiste-lhes. Mas o medo começa a transformar-se noutra coisa, no dia em que Margot, a sensual protagonista do filme que está a legendar, se dirige a ele...


Cerro Negro, João Salaviza, 21’30’’
Anajara e Alisson são um casal de emigrantes brasileiros em Lisboa. Duas solidões que se tentam proteger mutuamente, ao mesmo tempo que lutam contra uma separação forçada. Anajara regressa do trabalho ao amanhecer.
Desta vez não vai poder dormir durante o dia, nem levar Iury à escola. A setenta quilómetros de distância, Allison espera para reencontrar a mulher e o filho. Hoje é dia de visita na prisão de Santarém.
“Cerro Negro” adopta a estrutura de um díptico, revelando duas partes de uma história comum.

Complexo – Universo Paralelo, Mário Patrocínio, 80’
No Rio de Janeiro, a 13 km do Cristo Redentor, dois irmãos portugueses aventuraram-se na mais temida favela do Brasil, no maior paiol de armas e drogas da cidade, um lugar chamado Complexo do Alemão.
Em 2007, no período de maior violência no Rio, viveram de perto a maior operação policial já realizada no estado, sentiram na pele o que é acordar com rajadas de fuzis e de muitas vezes dormir acompanhado por tiros. Os responsáveis da maior facção criminosa do Rio falam de forma íntima e crua da vivência no tráfico. Dona Célia, uma mãe batalhadora, com oito filhos para alimentar, mostra o mundo de adversidades em que vive, e a forma como a sua crença em jesus a faz acreditar que tudo pode. “Deus é grande mas o negócio é feio” fala o seu Zé, presidente da associação de moradores há mais de trinta anos, viveu a chegada do crime, das drogas e das armas, passou por muitas politicas e guerras, mas sobreviveu. É um sábio da favela.
Complexo reflete um fascinante universo paralelo, com uma ordem imersa na aparente anarquia da vida marginalizada brasileira. Como é sobreviver dentro desta realidade?


Sobre os realizadores
João Fazenda (1979) é mais conhecido pela sua actividade como ilustrador, colaborando regularmente com várias publicações nacionais e internacionais, como o Público, Visão ou New York Times. Publicou vários livros de banda desenhada e ilustrou para livros e discos. São 3 os seus filmes de animação, Algo Importante, Café e Sem Querer.


Nuno Prudêncio formou-se na Universidade Nova de Lisboa, tendo o seu projecto de Mestrado sido a sua curta-metragem Sob. Este seu trabalho venceu o prémio de Melhor Curta-Metragem do Mês de Março em 2013, tendo sido nomeado para o Prémio Sophia e selecionado para o New York Portuguese Short Film Festival em 2012.


João Salaviza (1984) formou-se em Realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema. A sua primeira curta-metragem escolar, Duas Pessoas, venceu o Grande Prémio Take One no Festival de Vila do Conde em 2005 e o Prémio de Melhor Ficção no Hyperion de Budapeste, entre outros reconhecimentos. Em 2009, a sua curta-metragem Arena venceu a Palma de Ouro na sua categoria no Festival de Cannes, primeiro filme português a merecer tal distinção. Em 2012 a sua curta-metragem Rafa venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e a curta-metragem Cerro Negro venceu o Prémio para Melhor Curta-Metragem nos Caminhos do Cinema Português. A sua primeira longa-metragem, Montanha, tem lançamento previsto em 2013.

Mário Patrocínio nasceu em Lisboa em 1978, filho de um médico apaixonado por fotografia e de uma mãe corajosa, aos oito anos já ia com a família a caminho do Japão. O seu primeiro contacto com o universo documental surgiu precisamente nesse país, como objeto de estudo, quando o canal de televisão japonês NHK decidiu relatar a experiência de uma criança Ocidental a estudar e a viver no mundo Oriental.
Já em Portugal, depois de estudar economia, rumou aos EUA onde iniciou os seus estudos na área do cinema e colaborou em vários filmes de ficção. Nos anos seguintes estudou e trabalhou com diretores de teatro, televisão e cinema em Lisboa, Paris, São Paulo e Rio de Janeiro.
 Mais tarde embarcou na maior aventura da sua vida, dando início a uma extensa pesquisa dentro de um lugar considerado impenetrável: o Complexo do Alemão, maior e mais perigoso aglomerado de favelas do Rio de Janeiro. Depois de anos no terreno, na época de maior tensão de sempre na cidade, filmou a longa-metragem documental “Complexo - Universo Paralelo”, que estreou mundialmente no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, em 2010.
 “Complexo – Universo Paralelo” tem percorrido o mundo e foi galardoado com vários prémios, nomeadamente o de melhor filme internacional na categoria de direitos humanos no Artivist International Film Festival em Hollywood.
 O seu segundo filme como realizador é “I Love Kuduro”, longa-metragem documental que retrata o Kuduro enquanto fenómeno urbano que arrasta multidões de jovens em África, e começa a se espalhar um pouco por todo o mundo.
Neste momento com base em Lisboa, Mário desenvolve os seus próximos filmes e é juntamente com o seu irmão Pedro sócio fundador da BRO, produtora de cinema. Mário Patrocínio é um cidadão do mundo, apaixonado pela vida, que continua acreditando que “navegar é preciso”.

Sem comentários:

Enviar um comentário